Choque Cultural 5 – Churrasco 09/04/12

Ah, churrasco! Finalmente...

Sexta-feira. Acordo com uma mensagem da minha prima Raquel, que também mora aqui em Gold Coast. “Combinei um Churrasco com a Claudia! Vai se na sua casa!” Bom, então tá né?
Antes de tudo.
Aqui em Gold Coast, estou dividindo um apartamento com um australiano, o Luca (filho de italianos), médico, figuraça, minha idade, gente finíssima. Claudia é a namorada dele, sul-africana, médica também, mora em Brisbane e aparece aqui de fim de semana.
Então o churrasco todo foi “organizado” pela Claudia. Usaríamos uma das churrasqueiras sensacionais espalhadas pelos pontos admiráveis da cidade. Raquel já tinha as PICANHAS (sim, agora em alguns supermercados você encontra a verdadeira “picanha”. Devido a grande demanda de brasileiros insatisfeitos com os churrascos de hambúrguer e salsicha os australianos se adequaram ao corte dela!) e a Claudia providenciaria o restante. Ótimo, menos trabalho pra mim... “Ledo engano”.
14h00 e o pessoal se encontra aqui no apartamento, as 5 pessoas já viraram 8 (3 australianos, 3 brasileiros, 1 espanhola, 1 sul-africana), mas as churrasqueiras da cidades, numa segunda-feira de feriado e com aquele sol, estavam todas ocupadas.
“Gente, vamos fazer o churrasco na praia!”
...
...
...
Tá de brincadeira né?
Não, não estavam, e lá fomos nós pra praia (obviamente que não na areia, foi na grama, afastado da água, bem tranquilo o lugar até). Pegamos a churrasqueira portátil, os coolers com comida, bebida, talheres, som, toalhas, fizemos uma “mudança” pra praia. Nem minha vinda do Brasil pra cá deu tanto trabalho, fora que aqui parece o nordeste de tanto que venta as vezes, e claro nesse dia estava quase passando um Catrina e pra ascender o carvão foram uns longos 20 ou 30 minutos...
“Diego! A sua prima falou que você ia fazer caipirinhas!”
Bom... vamos lá... fazer caipirinhas...
“Aqui ó, comprei limão! É com limão que faz né?” 

Rs... foi engraçado que o pessoal estava com muita boa vontade, mas tava tudo muito fora dos padrões rs. Compraram 6 limões, pra 8 pessoas tomarem caipirinhas no churrasco. Fiz aquela cara, aquela pausa, pensei “cara, que idéia...” mas, precavido que sou, esperando pelo pior, tinha comprado outras “frutas tropicais” hehehe, então teve caipirinha pra todo mundo (de vodka, claro, porque cachaça além de ruim, aqui é caro pra cacete), todo mundo adorou, todo mundo ficou bem alegrinho, e a picanha estava maravilhosa! Eles nunca tinham visto tanto sangue “HE HE HE” mas todos adoraram, então valeu todo o perrengue. Mas no próximo eu defino o roteiro. 

Então lá estava eu com aquela sensação de segunda-feira-com-cara-de-domingo, meio desanimado, guardando as coisas pra ir pra casa, quando fiquei sabendo que o churrasco era apenas o primeiro round, e fomos todos para um segundo tempo em um bar.
O bar era ali do lado, bem tranquilo, bem gostoso, chegou mais um pessoal, alguns chopps, $6 (R$12) cada um e enfim, vamos embora.
Detalhe, estávamos todos de carro, todos bebemos, ou seja? Uma bela caminhada pra passar o ar até em casa. Bom, pelo menos estava uma noite agradável, uma brisa leve... mas a mensagem é essa... Aqui, bebeu, não dirige, deixa o carro na rua e pega amanhã. É sério. 

Nem sinal de nenhum guarda ou viatura nos 2,5km da volta, mas mesmo assim, ninguém arrisca porque aqui o bicho pega mesmo. É chato, aliás é um saco, mas se for pensar, faz sentido. A chance de um acidente, em 2,5km, dentro da cidade, com um motorista levemente alegre era quase zero, mas aqui o pessoal bebe pra ficar bêbado mesmo, não é pra ficar alegre não.

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