Tennis Match – Choque Cultural 6 - 13/04/12

 

Toda sexta-feira na escola, temos o Job Club, que é um tipo de aula opcional pra ajudar quem está procurando emprego. Não sei por que, mas hoje essa aula foi numa academia de musculação, uma visita nos informar sobre uma parceira com a escola. Ótima ideia, aliás.

Chegando lá descobri que malhar aqui não é tão caro quanto eu ouvia falar. Os planos da academia (para os alunos da minha escola) são mesmo esquema do Brasil, se você pagar por mês são AU$ 60,00, três meses AU$ 150,00... e por aí vai. Pode não parecer barato, mas comparado com os últimos preços que vi de academia no Brasil, tá muito tranquilo, considerando infraestrutura, quantidade de aparelhos e etc. A maioria dos prédios e condomínios aqui tem uma “sala de ginástica”, mas não é a mesma coisa, quem mora em prédio sabe do que eu estou falando.

Enfim, na minha sala tem dois caras da República Tcheca, um deles foi nessa “visita” também. Na saída, jogando conversa fora, fui descobrir que o cara jogava Tênis! Finalmente! Como se não bastasse o cara também joga Squash! Perfeito. 

A 500m da minha casa, no caminho pra escola, tem uma academia de Tênis, hehehe... mas eu achava que seria caro alugar quadra, como é no Brasil, em torno de uns  30 ou 40 reais a hora se não me engano. Aqui é AU$ 9,00. Infelizmente não tem quadra de saibro, só 4 de grama e 6 de lisonda, mas, como diz meu pai, “O perfeito é inimigo do bom.”

Hoje então, combinei com o Michel e fomos ao local. Na recepção, perguntei como funcionava o esquema lá, que queríamos jogar: 

- Oi, tudo bem? Então, é minha primeira vez aqui, como funciona pra gente jogar?

- Oi! Então... eh... pode jogar nas quadras 5 ou 6.

- Certo, mas quanto é?

- Nada, pode jogar se estiverem vazias, acho que estão, não tem quase ninguém aqui hoje.

- ... ?

- Vocês tem raquetes e bolinhas? Senão podem pegar ali, tem algumas.

- ... ?

- Mais alguma coisa que eu possa ajudar?

- ... ah... não, eu acho. Tks.

E foi assim. Não pagamos nada, não fiz cadastro, não dexei documento, telefone, nada. Peguei um balde de bolinhas meia boca pra não depenar a única latinha que me sobrou do Brasil, e fomos lá pra quadra. Infelizmente depois de uns 20 minutos de bate-bola e começou a garoar, e paramos um pouco sob um abrigo. Lá conhecemos umas brasileiras e descobrimos que nas sextas-feiras a academia “libera” algumas quadras para o público, e inclusive dão treino. Sim, for free. E eu pagando R$ 190,00 por mês pra ter meia-hora por semana de treino no Brasil. Obviamente que esse treino “for free” não deve ser lá dos mais eficientes, mas mesmo assim vale o relato. 

Passado um tempo, a chuva parou, o pessoal foi embora e eu e o Michel voltamos para quadra com nosso balde. Batemos mais uns 40 minutos de bola até escurecer e fomos embora. Recolhemos as bolas e fomos entrega-las na recepção.

A recepção estava fechada, aliás, a academia estava fechada. O portão estava aberto, mas a academia fechada, e eu com aquele balde de bolas pra devolver. O que aconteceu é que fomos liberados pela inconveniência de terem que nos esperar. Deixei então o balde de bolinhas ao lado da porta trancada da recepção e fomos embora, pelo portão aberto.

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